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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quando tudo parecia ser mais feliz...

Desde pequenino,que sempre fui fascinado pelo campo,
pois as minhas melhores férias,eram sem dúvidas nenhumas,na "Fazenda Claro",
que era da minha tia paterna Rita e do meu querido e pacífico tio Leonardo.
Sim.Eu não via a hora de chegar as férias do meio do ano e estar na "roça",
a correr atrás das galinhas,patos e porcos que viviam assustados,quando eu e meus dois irmãos menores ficávamos por alí...

Certa vez,até minha namoradinha de pré-adolescência,esteve por lá
e românticamente,na árvore seringueira,junto à capela,escrevi o nosso nome,envolto em um coração...
Da última vez que lá estive,não encontrei a inscrição...Talvez ela esteja ao alto,em algum lugar que não seja visível ou talvez estivesse inserida no lote dos galhos que no passado foram podados ou por último,foi apagada pelo tempo...

Fiz muitas travessuras naquela fazenda,como tomar banho no tanque onde os gados bebiam a água fresquinha que vinha da nascente
ou no cimo da cachoeira,onde havia uma autêntica piscina natural...
Mas em uma das férias que fui no verão,deixei de lá estar,quando,entre algumas rochas a minha frente,vi uma cobra,escondida...

Isto me faz lembrar,de uma madrugada,a passarmos a "Ponte.Preta" e minha irmã,com o nosso querido caçula nos braços,sentiu algo enrolar-se em seu tornozelo...Sua atitude reflexa,foi a de jogar o nosso muito agasalhado "pequerrucho" ao chão e livrar.se da cobra...
A sorte,é que era uma cobra inofensiva...

As férias na fazenda,era o máximo para mim,pois lá sentia ter uma vida plena,em contacto com a natureza...
Era andar a cavalo e explorar todos os seus recantos,e ajudar meus primos nas lides rurais...
Ajudar a "tocar" as vacas do pasto para o curral e esperar os meus primos iniciarem a ordenha...

E quando chegava o natal,quando eu lá estava,acompanhava minha prima Aparecida,a levar o"santinho",para um outro lar...

Perdi a conta,das vezes que ajudei meus primos católicos,a preparar
o presépio,com:menino Jesus,estrebaria,animais e José,Maria e os magos,pois meus tios não tinham os "bonecos"dos pastores,talvez porque eles tinham se esquecido ou talvez porque eles achassem que haveria gente a mais,"naquela"estrebaria...
Bom,o que valeu foi a intenção,pois conta a história,
que foram os pastores,que os encontraram na estrebaria...
E os magos(que nunca foram Reis)
muito provavelmente,quando chegaram,os encontraram já instalados em uma casa...

Mas nunca passei o natal na fazenda e sim em minha casa,juntamente com os meus...

Tudo o que daquela época aprendi,é que quando temos atitudes de fé e amor,nada nos impede de avançarmos no bem,independente de nossas convicções religiosas...
Amém...
:)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"Mitos e micos..."

Muita gente em Dezembro,não só espera,
como cria muitas expectativas em relação ao natal...

Enquanto criança,é óbvio que eu adorava o natal,pois
esta data,era tradução de presentes que recebíamos na
noite do dia 24 e na manhã do dia 25,já os exibíamos em "nossa"rua.

Sobre o "pai natal",(em br:papai noel.)confesso que desde
pequenino,o achei uma figura assustadora,fora do contexto natalino...
Talvez ele estivesse mais adequado ao Carnaval...
Sim...Sei que nem todos concordam com este meu modo de pensar...

Bom,se natal é celebrarmos o Deus que se fez homem,originalmente
na forma mais pura e humana que é a de um recém-nascido,
qual o motivo de acrescentarmos uma figura,que
é um pouco( e sendo eu,diplomático...)
caricata,que é o "velhinho barbudo,
vestido de vermelho?"
Afinal,o que fez ele,para merecer destaque e protagonismo,juntamente
com "o nosso menino"Jesus?...
Além dos sapos,está aí,mais uma figura,que em minha infância,não
inspirava.me grandes confianças...

Indo para a história,o natal em 25 Dezembro,
foi a forma que o catolicismo encontrou,
para afastar seus fiéis das festas pagãs
do solstício de inverno...
O que acho isto louvável...
Mas infelizmente,tudo volta ao tempo princípio,
onde a celebração do nascimento de Cristo,
apesar de ser Ele o alvo,acaba por muitos,ser uma figura secundária
e as vezes,até mesmo inexistente em inúmeras manifestações...

Portanto o natal actual,acaba para muitos, ser uma festa
tal qual era,na "festividade do solstício":Muita bebida alcoólica
e mesa farta,
com muitos,chegando ao extremo,
e troca de presentes(prendas)entre si...

Fiquei um ano sem celebrar o natal,pela decepção que tive com alguns,por aqui...

Mas me dei mal,pois quando a data passou,percebi o vazio que isto me
deixou...

Prometi para mim,que celebraria aqui,meu natal longe de tudo aquilo que nunca aceitei como "celebração"...

Parece caipira(Saloio em pt.),mas teve um ano,que andei meio escondido
dentro de minha própria casa,para que meu vizinho,não me chamasse para mais
uma "daquelas"festas de natal,que desprezo...

Portanto,encaro o natal como duas festas distintas,que por iniciativa da igreja católica,todos os cristãos espalhados pelo mundo,celebram a"encarnação"de Deus na forma de um recém-nascido e ao "pai natal"como
uma das alternativas paganistas,ante às celebrações de carácter cristão...

Sinceramente,espero nestes momentos de festividades,(seja ela cristã ou não...)que haja mais empatia em todos nós,seja colocando Cristo como centro ou o "velhinho de vermelho e branco..."E que a paz,reine entre todos...

E para finalizar,concluo com uma frase do meu caro amigo Bruno:
"Celebrar o natal,é crer na força viva do amor,
que pode transformar o homem,
e o mundo..."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Minha tia portuguesa.

Há pessoas que entram e saem de nossas vidas,
meio sorrateiras e quando percebemos,elas ou
se instalaram ou saíram de "mansinho"...
E quando damos por isto,percebemos mais tarde
a "conexão"
ou o silencioso
desligamento dela...

Quando cá cheguei,bem no inicio da década de 90,
tive o prazer de conhecer uma pessoa fabulosa em
todos os sentidos...

Do alto de uma escadaria velha de madeira,de um prédio
quase que centenário,lá estava ela no cimo do quinto andar,
a estender roupas e a sorrir para mim e para Marcinha.

Ela se tornou ao longo de quase duas décadas,a minha adorável
tia Lourdes...
Bom,creio que tenho o direito e permissão dela,em escrever.lhe
o nome completo e aí vai"sem nenhuma censura:"
Maria de Lourdes Alves de Melo Abreu Soares.
Nascida no Porto,ser portuguesa era seu orgulho,com todos"os fados"
que a vida lhe reservou,mas ela tinha no sangue o "swing" e o calor dos trópicos,misturando sambas,maracatús,frêvos e fados...

É estranho,mas tia Lourdes sabia dar um "colorido especial"a estas misturas...

Fiz questão de escrever.lhe o nome completo,pois ela orgulhava.se muito
dele...

Tive momentos fantásticos em companhia desta minha tia...
Bem longe de minha família,das pessoas que amo,ela foi para
mim a família e uma vez que ela também era só,tive a honra de
ser um dos seus queridos sobrinhos...

A história da vida dela,dava um filme,que eu certamente iria sempre
rever...
Não quero entrar em maiores detalhes,sobre sua vida,pois ainda não me
sinto seguro,se tenho o direito de descrevê.lo...

Lembro-me,muito dela nestas épocas natalinas,que quando estávamos juntos,
ela chorava pelos parentes ausentes,mas sempre ao final de nossas lembranças,
estávamos os dois a rir as gargalhadas das boas recordações...

Para alguém nascido na segunda década do século passado,ela era alguém
imprevisivel,tanto para o bem,tanto para o mal,mas os seus actos de bondade
em relação ao próximo,ultrapassava todos os seus defeitos...

Parece ficção,mas ela conheceu o 1º marido(O Sr.Alberto)em um"esbarrão"
em plena Lisboa,e mal se conheceram,começaram a namorar e logo casaram.se
e foram viver para África.
Retornaram de África,separaram.se alguns anos depois,mas sempre foram amigos
um do outro,sem cobranças...
Aos 48 anos,ela apaixonou-se outra vez e casou.se com seu colega de trabalho,que conhecera em um dos inúmeros cruzeiros em que trabalhou...
Pois ela era telefonista,de um dos grandes navios de cruzeiro português,
e ele era um "bar-man..."

Detalhe:O "Zézinho"como ela carinhosamente o chamava,era vinte anos mais novo que ela...
Mas segundo consta,ele a amava e ela idem...

Mais uma vez,ela ficou sozinha,pois ele não resistiu aos problemas de
saúde,que adquiriu ao passar dos anos...

Tenho excelentes recordações dela,mesmo em momentos tristes para ambos...
Ela com sua sabedoria,sabia tirar partido positivo,de situações que julgaríamos impossível...

Bonita,no auge dos seus quase noventa anos,cabelos brancos,pele clara
e olhos castanhos claros,com traços de índia,pois sua mãe,dona Cristina,era natural do nosso Ceará e era mestiça índia...
Tia Lourdes,foi uma grande força em meu inicio de vida aqui...
E o que ela me ensinou,é que temos que fazer o bem,seja a quem vier a nossa frente...

Infelizmente,tia Lourdes se foi,em uma fase que eu tentava recuperar de uma grande perda e quando fui procura.la,ela já lá não estava,naquele quinto andar daquele prédio da rua Boa-Vista...
Estive lá depois,em uma noite a subir aquelas velhas escadarias de madeira...
Parei no escuro,ante aquela porta,pela qual várias vezes ultrapassei...Mas já não tinha a chave e não podia lá entrar e motivos maiores,já não existiam...
Senti emoções diversas e depois de um longo silêncio,saí sorrateiramente,
com o sentimento que tinha dado a ela,o meu último adeus:
A minha grande amiga e tia querida...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Reencontros...

Certa vez,um colega de trabalho,
disse.me que o nosso mundo,tem o
tamanho de uma ervilha...

Por mais distantes que estejamos,
as facilidades que hoje temos,de
encontrarmos pessoas que marcaram ou
tiveram alguma relevância em nossas
vidas,só não as encontramos se não ti
vermos algum interesse...

É muito bom rever amigos ou pessoas que
nunca foram amigas,mas que ao longe,sempre
nos acrescentaram algo mais a nossa vida...

Este ano,considero um ano de velhos reencontros...
Restabelecí contactos com pessoas das quais não tinha
noticias,há 40,30 e 15 anos e fiquei imensamente feliz.

Sei que há pessoas,que por algum motivo em particular
desprezam pessoas que no passado,foram.lhes marcantes...
Talvez,porque estas não "evoluíram"socialmente da mesma
forma que elas...

Bom,são pontos de vistas,que podem até serem divergentes,
quando averiguamos,que outras pessoas não vêem "o quadro"
sob este mesmo prisma...

O tempo passa e muitas coisas mudam,eu sei...
Mas com o tempo,temos que estarmos mais aptos para aceitarmos
as diferenças dos nossos reencontros e buscarmos o elo comum.
que nos uniu às pessoas que ao longo do caminho,se distanciaram
ou que pela força do "destino",desapareceram pelos tempos a fora
do nosso meio...

Ma é mesmo reconfortante,quando nos empenhamos em reencontrar pessoas
que de modo positivo,marcaram nossa história e carácter...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Aniversário:Feliz,infeliz ou indiferente?

É sempre bom comemorar aniversários,
sejam eles,do nascimento,do namoro,do casamento
e por aí adiante...

Tirando a do nascimento,esquecer de outras
datas,é uma "grande gafe..."
(Pois a do nascimento,
é melhor nem dizer...)

Sexta.feira passada,fiquei mais velho...
Mas depois de 2005,muitas coisas mudaram para mim,
em relação a comemorações...

Tive festas de aniversários memoráveis,e ainda
"revejo"imagens nítidas destes momentos...

Quando fiz 17 anos,calhou em um domingo:Dia da semana
do meu nascimento...

Eu como adolescente na altura,dava muito valor a isto,
mas infelizmente,ninguém se manifestou ao longo do dia...

Chegou a noite,quando pensei em ir para cama,alguém bateu
a porta e quando abri,vi muitas pessoas a cantar.me parabéns...
E ainda tenho,um cartão com assinaturas,das pessoas daquele dia...

Outro momento significativo,devo ao meu caro amigo Cléber,
que da mesma maneira que surgiu em minha vida,
também desapareceu...

Ele nos conhecia(eu e Cláu,minha maninha afectiva) havendo dois meses,
mas mesmo assim, organizou um jantar e bolo incluído...
Isto foi há vinte anos atrás...

Enfim,são daqueles anjos,que com uma maneira de ser e de viver,
em um estilo muito vulgar,difere dos demais,
quando se trata de coisas
em prol do bem-estar do próximo...

Tive muitos momentos memoráveis,que o espaço não me permite relatar,
seja comemorando em um lugar histórico do século XVIII,ou em uma noite
junto a praia de"Paço D'Arcos."

Nunca gostei de protagonismo,e quando a situação me exigiu,sempre
tentei agir com alguma reserva para disfarçar a minha velha timidez...
Mas isto,quem realmente conhece.me,capta e depois ri.se comigo...

Não tenho medo da velhice.(que nada mais é
que o simples passar dos anos...)

Não tenho medo de me tornar um "velho infantil..."
Tenho medo sim,de me tornar um velho
estúpido,intratável e insuportável,sem nenhum gosto
por esta vida,chateando quem transpira por todos os poros
o fluido rejuvenescedor da vida...
Fluido este,que é intemporal,para quem o obteve e o reteve
para continuar a viver...

Não me interessa meus anos,sejam eles quaisquer...
Não troco a década dos anos 90,pela década dos anos 70...

Tudo é muito relativo,pois a insatisfação não está na idade,
mas sim,na maneira de viver e de encarar a vida,seja ela na idade
que for...

Voltando a sexta.feira passada,dia do meu aniversário,
acordei com barulho de chuva,o que é normal nesta época...
Saí de casa para apanhar o bus,
mas quando vi minhas roupas,voltei
para casa e chamei meu caro amigo taxisista Ricardo.

Durante o dia,é muito raro ele estar disponível,
mas por ironia do destino,
do meu"niver",ele estava disponível
e transportou.me até ao meu
trabalho,sem minha manifestação "festiva"...

Obs:Ricardo,odeia aniversários e no dia "dele",quem o conhece,nunca
se atreve a dizer.lhe:"Parabéns!!!

Bom,é algo para assim dizer:"Cada um na sua..."